o desastre ambiental causado pela empresa samarco |
A cidade de Mariana (MG) no dia 05/11/2015 foi tomada por uma onda de lama composta principalmente por óxido de ferro e sílica, o volume vazado desses materiais foi estimado em pelo menos 62 bilhões de litros rejeitados do beneficiamento do minério de ferro (quantidade que encheria 25 mil piscinas olímpicas).
A análise de toda a área atingida pelos rejeitos de minério da barragem mostra que pode chegar a mais de 400 o número de espécies impactadas (inclusive sob o risco de extinção). O risco de extinção das espécies de peixes do rio Doce foi de 100%.
de 64 a 80 espécies de peixes, 28 espécies de anfíbios, de 112 a 248 espécies de aves, 4 espécies de répteis, 35 espécies de mamíferos e 3 espécies de plantas ameaçadas.
A lama causou a destruição de três espécies de plantas ameaçadas da região que foi soterrada pela lama: o jacarandá-cabiúna, a braúna e o palmito. A lama soterrou 1.469 hectares de mata nativa, incluindo áreas de preservação permanente.
Uma das situações mais extremas é a das espécies de peixes. O rio Doce tinha onze espécies ameaçadas em extinção, incluindo quatro definidas como criticamente em perigo. Dessas, duas são endêmicas, só existiam no rio Doce, e portanto desapareceram.
rio Doce: antes de depois do desastre |
Dias após o primeiro vazamento, a barragem de Fundão tinha 50 milhões de metros cúbicos de rejeito, 34 milhões foram lançadas no meio ambiente. Dos 16 milhões de metros cúbicos, caíram em três rios - Gualaxo do Norte, Carmo e Doce. A lama percorreu 663 quilômetros de corpos hídricos, a maior parte do rio Doce, até chegar no oceano.
A restauração total do rio Doce, de sua fauna e flora é impossível. A perda do habitat é gigantesca. O dano provocado no ecossistema é irreversível. A lama ''cimentou'' o bioma e causou a extinção de animais e plantas que só existiam ali. A natureza local morreu soterrada.
em busca de água limpa para matar a sede, uma anta morreu presa na lama da samarco |
O grande montante de lama com rejeitos de minério de ferro e manganês bloqueou o curso natural dos rios. O novo caminho poderia ter levado, e levou os rios à extinção. Existiu a possibilidade de o rio perder a força e se dividir em lagoas. As lagoas também podem morrer. ''Além dos minérios de ferro, a lama trouxe consigo esgoto, pesticidas e até agrotóxicos das terras onde passou. Essas substâncias aceleram a produção de algas e bactérias, que rapidamente cobrirão as lagoas, formando um tapete verde que impede a fotossíntese dentro d'água. Se não há fotossíntese, não há oxigênio, sem oxigênio os animais, vegetais e bactérias não tem chance de sobreviver''.
No dia 22/11/2015 a onda de lama da mineradora Samarco chega ao mar, causando um impacto como ''dizimar o Pantanal'', tornando um desastre de proporção mundial.
A lama tóxica despejada ao longo de 500 km da bacia do rio Doce atingiram cerca de 10 mil km² numa região conhecida como Giro de Vitória, importante celeiro de nutrientes para animais marinhos, como a tartaruga-de-couro (ameaçada em extinção), o golfinho pontoporia e as baleias jubartes.
A descarga tóxica contaminou três Unidades de Conservação marinhas, Comboios, Costa das Algas e Santa Cruz, que juntas somam 200.000 hectares (2.000 km²) no oceano.
A área da Reserva Biológica de Comboios (uma área de proteção costeira usada para a desova de tartarugas-marinhas, com espécies criticamente em extinção virou um mar de lama barrenta que tudo matou e destruiu (criminosamente).
Equipes do Tamar vinham retirando diariamente da praia de regência (distrito de Linhares-ES) os ovos colocados pelas tartarugas, numa média de 40 ninhos por noite. O local continua a ser monitorado para ver como as tartarugas reagem à presença da lama.
Pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade já recolheram peixes mortos na desembocadura do rio. Analisando os animais manualmente era possível ver claramente que suas guelras estavam impregnadas de lama. Mesmo com os níveis de oxigênio da água dentro do normal, esse entupimento das brânquias impediu os peixes de respirar e eles morreram asfixiados.
Além da mortandade dos peixes, um dos maiores problemas ao longo do prazo é a extinção do plâncton e outros pequenos organismos, que teve um efeito cascata sobre todo o ecossistema, impactando desde os herbívoros aquático até o animais carnívoros terrestres.
Essa foi a época de desova no Rio Doce, o que significa que, para cada peixe ovado que morreu, outras dezenas até centenas de peixes deixarão de nascer. E mesmo que nasçam, não haverá alimento,
O crime ambiental já havia sido iniciado há vários anos, com a atitude das empresas comandantes da Samarco de lançar detritos mineracionais em represas sem tratamento e purificação da água contaminada. A catástrofe propriamente dita estava prenunciada pelo menos desde 2013, quando foi constatado em um estudo que as barragens estavam sob risco de rompimento. E nada foi feito, tendo a criminosa mistura de poluição ambiental com negligência de segurança culminado no desastre.
Engano: A empresa Samarco responsável pela tragédia em Bento Rodrigues não cumpriu com suas obrigações em prol aos animais vítimas de sua estupidez e negligência
Samarco tinha fechado um acordo para salvar animais vítimas de barragem, o que de fato não faziam mais que sua obrigação. Apresentaram e se comprometeram de executar um plano de resgate e cuidado dos animais atingidos pela onda de lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro.
O documento foi assinado e foi dado um prazo para que a mineradora, controlada pela Vale e a anglo-australiana BHP Billiton apresenta-se a cópia do plano e executá-se-lo. O plano valeu apenas para os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu (em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa). Em caso do descumprimento, esteve previsto a multa diária de 10 mil. A empresa (mais que sua obrigação) ajudou minimamente no resgate e nos cuidados aos animais, que ficaram instalados em um galpão e em fazendas e são assistidos por voluntários.
O documento assinado pela Samarco não valeu em nada, foi divulgada a informação (dia 18/12/2015) de que o CTP prevê as medidas. A mineradora teve 15 dias para apresentar aos promotores de Justiça do Meio Ambiente uma cópia do plano destinado a assistir os animais (além de tudo foram somente os que tinham seus respectivos tutores) afetados pelo desastre.
Triste também é uma pessoa associada a uma ong e parte do FNDPA dizer que a situação era caótica porque ''não é só cachorro e gato'' pois: ''Os porcos, vacas, cavalos, bois e galinhas resgatados foram salvos apenas como uma ''subsistência'' pra algumas famílias, que tinham perdido tudo e ''aquilo'' (os animais) eram no momento a única forma de ''recurso'' é extremamente ridículo, e o bem estar dos animais, e a empatia por eles? amar e querer salvar e proteger animais é muito além de cães e gatos, num momento como aquele, que cavalos, bois e vacas foram solidificados vivos (em pastos) graças ao carnismo, não basta esses animais já serem explorados por essas famílias todos os dias, aí quando chega o momento de um salvamento, voluntários digam coisas como essas, lamentável.
A Samarco teve de providenciar uma equipe técnica qualificada para realizar ações de busca, resgate e cuidados dos animais; dispor de equipamentos, maquinários, veículos e suprimentos destinados a essa operação de salvamento e apresentar diagnóstico das áreas atingidas tendo em vista a localização, a identificação e a quantificação de animais.
No dia 23 de novembro de 2015 a ativista Luisa Mell acusou Samarco de não pagar frete de doações para animais vítimas da tragédia. Não foi honrada a promessa de pagar frete de um dos caminhões de doações arrecadados pelo Instituto Luisa Mell. Foi preciso arrecadação de verba para que chegassem ao seu destino.
Se a Samarco não está nem aí pra multas diárias milionárias, imagina pra uma que vale 10 mil?
A Samarco terá que construir santuário para animais recolhidos no Rio Doce
Não sei, mas não consigo acreditar nisso. A responsável pela construção será a Samarco Mineração S.A que se comprometeu a executar a ação que dará espaço para centenas de animais como cavalos, boi, burros, cães e gatos.
No dia 18 de fevereiro de 2016 a mineradora e os parceiros (de catástrofe) à frente da assistência aos animais resgatados em Mariana e Barra Longa, em Minas Gerais, se reuniram para discutirem quanto ao futuro de aproximadamente 182 animais de pequeno porte e 172 animais de grande porte.
A empresa garante que dentre as demais ações estão a adequação de duas estruturas para atendimento e acomodação dos animais além de melhorias como a instalação de hospital veterinário, farmácia, e maternidade. A mineradora frisa que os animais como cavalos, burros, bois, porcos, patos gansos e galinhas foram levados para a Fazenda Bom Retiro, no Rio de Janeiro.
Segundo esta mineradora desastrosa e gananciosa, futuramente os animais que não forem adotados ou que não tiverem seus tutores identificados serão levados até um santuário que será montado pela mineradora em local que ainda será definido, como a empresa destaca. Ainda de acordo com a empresa, todas as medidas tomadas pela mineradora estão previstas no Termo de Compromisso Preliminar (TCP), firmado com o grupo Especial de Defesa da Fauna do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no dia 18 de dezembro de 2015.
Barragem da Samarco em Mariana (MG) sofre novo deslizamento
O novo deslizamento de lama no dia 27/01/2016 é mais grave do que a empresa admite, diz procurador. A mineradora não tem condições de garantir a segurança animal, ambiental e da população.
Depois de 83 dias, rejeitos de minérios de ferro da barragem de Fundão, que se rompeu em 5 de novembro do ano passado, se deslocaram em 27 de janeiro, dentro da área da Samarco em Mariana. Conforme os dados da comissão, cerca de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro teriam deslizado na quarta-feira (27 de janeiro).
O plano de ações emergenciais apresentado pela mineradora Samarco em janeiro deste ano foi rejeitado por ser considerado ''genérico'' e por ''minimizar todos os impactos ambientais da ruptura da barragem'' de Fundão, que voltou a ter vazamento de rejeitos. As ações tem pouco embasamento metodológico e científico. Além disso, a empresa não estimou prazos para cumpri-las, o que impossibilitaria o acompanhamento das metas, disse a presidente do Ibama (bela bosta também) Marilene Ramos.
O órgão critica, por exemplo, o fato de a Samarco não citar quais espécies de fauna e flora, quais estão em risco de extinção e quantas têm distribuição restrita nos locais atingidos. ''Em relação aos impactos sobre os organismos aquáticos, verifica-se a tendência a subestimar o problema, inclusive se omitindo completamente em relação ao volume e a diversidade de peixes encontrados mortos ao longo da bacia do rio Doce'', declarou.
A empresa tem dificuldade financeira mas tem a cara de pau e a grana pra pagar R$3 milhões pra Globo passar um comercial durante horário nobre
A empresa tentou melhorar sua imagem para a sociedade por meio de uma peça publicitária milionária de 1 minuto de duração. A empresa tentou sensibilizar as pessoas utilizando funcionários da mineradora pra de uma forma ''humanizada'', mostrar o ''outro lado'' da companhia e os supostos esforços realizados pela empresa: ''A gente abriu os braços e falou: estamos aqui''. Apelação e puro descaramento. Mais de 100 dias depois da tragédia, multa nenhuma foi paga, ninguém foi preso. Será que a empresa não poupou esforços mesmos para reparar os danos causados? puro nível baixo.
Samarco e Jornal Nacional de cu é rola.
A mineradora recebeu a maior multa já aplicada pelo Ibama, foram ao menos R$250 milhões (dinheiro que seria usado para reparos ambientais) pelo rompimento de duas barragens em Mariana.
O valor é a soma de cinco autos de infração no valor de R$ 50 milhões cada. Esta multa abrange infrações por poluir rios, provocar a morte de animais e a perda da biodiversidade ao longo do rio Doce, causar interrupções do abastecimento público de água, lançar resíduos em desacordo com as exigências legais, tornar áreas urbanas impróprias para a ocupação humana e colocar saúdes em risco.
Mas mesmo sendo uma punição histórica, a multa aplicada pelo Ibama à Samarco nem foi paga, uma vez que ainda cabem recursos e existem brechas nessa lei bosta que favoreceram a mineradora. O valor da multa (muito pouco) muito abaixo dos danos causados -- estimado em R$ 20 BILHÕES --, também não estimula que ações para evitar tragédias como essa sejam tomadas.
Em novembro de 2015, o governo federal e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo afirmaram que entrarão na justiça contra a mineradora Samarco para garantir recursos para um plano de recuperação. A ação, estimada em R$ 20 bilhões, também terá como alvo a Vale e a BHP Billinton, empresas controladoras da Samarco. A medida não é legalmente vista como multa, mas entrará na lista de contas punitivas já recebidas pela empresa.
Entre alguns exemplo, o dinheiro seria arrecadado para criar um fundo de recursos para conter a expansão dos impactos da enxurrada de lama que avançou pelo rio Doce e atingiu o mar do Espírito Santo e executar projetos de revitalização da bacia do rio.
A Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais anunciou que multou a empresa em mais de R$ 112 milhões pelos danos ambientais resultantes dos rompimentos.
A Comissão Representativa da Assembleia Legislativa do Espírito Santo chegou a apresentar uma denúncia ao Ministério Público Estadual pedindo uma multa de R$ 7 milhões pelo não-cumprimento de sete determinações previstas no Termo de Compromisso assinado pela mineradora.
MP firmou acordo com Samarco para pagamento de uma caução socioambiental no valor de R$ 1 bilhão, o dinheiro seria usado para começar reparar dano causado por barragens de Mariana. A primeira parcela de R$ 500 milhões era pra ser paga a 2 meses atrás.
R$ 300 milhões foram bloqueados da Samarco pela justiça, mas continuam tendo dinheiro R$ 3 milhões por um comercial de 1 minuto.
Vale tenta livrar Samarco de multa de 2 bilhões, e conseguiu.
Os advogados da empresa argumentaram que a Samarco, de propriedade da mineradora brasileira e da multinacional BHP, não possui condições financeiras para arcar com as determinações de uma liminar em posse da União e dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Nenhuma multa foi paga.
Novamente, mas R$ 3,3 milhões pra pagar por um comercial de TV com 1 minuto de duração tem.
Em janeiro deste ano a polícia federal indiciou o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi de Aragão, e mais seis ''profissionais'' por crimes ambientais.
Além deles, a mineradora e as empresas Vale, que controla a Samarco juntamente com a anglo-australiana BHP e Vogbr, consultoria responsável pela auditagem das barragens, foram indiciadas.
A pena varia de seis meses a um ano de prisão mais multa. Ninguém foi preso.
Isto quer dizer que nada foi feito ainda, somente especulações, multas não pagas, promessas e mais promessas e vidas que nunca mais voltarão. Para os responsáveis, as ''reais causas do acidente'' ainda não foram tecnicamente atestadas e são, portanto, ''desconhecidas''. São ''suposições'', 'não têm efetivo nexo de causalidade'.
O prejuízo ambiental deste crime pode demorar 100 anos para ser revertido, mas não trará de volta a vida dos animais vítimas do desastre, não trará de volta todo o ecossistema aquático e marginal (animais, plantas e algas) do rio de volta, mais uma vez vítimas da ganância humana. A ganância pelo lucro de grandes empresas e dos governos tem a nos dar: lama, destruição, morte, desonra e injustiça.
Créditos: http://consciencia.blog.br/2015/11/crime-ambiental-das-barragens-de-marianamg-como-sintoma-de-uma-ordem-politica-economica-predatoria-sem-futuro.html#.VtIl_X0rLIX
http://www.bbc.com/ http://www.anda.jor.br/ http://g1.globo.com/ http://www.ibama.gov.br/ http://noticias.uol.com.br/ http://www.brasilpost.com.br/ http://www.gazetadopovo.com.br/ http://www.esquerdadiario.com.br/ http://conflitosambientaismg.lcc.ufmg.br/
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